O dia D...

De Adrian.
Dia 21/12/2005, 9 horas da manhã:
Saí para comprar carne para o almoço, com um barrigão de nove meses, andava vagarosamente, e senti um liquído nas minhas partes baixas, mais era pouquinho , como se tivesse feito xixi, passei a mão na minha barriga e falei baixinho: _ Filho se for para você nascer, faz dor na mãe viu? Vê se me avisa.
10 horas e 30 minutos:
Já fazendo meu almoço concentrada, nem percebi que estava sentindo uma dorzinha nas costas, só me dei conta quando olhei minha saia branca, toda suja, das vezes que eu sentia essa dorzinha  e colocava a  minha mão.
Então como já tinha lido um bocado sobre parto e tal, decidi começar contar o intervalo entre as dores.
12 horas:
Me marido chega para almoçar, as dores estavam com intervalo de 17 em 17 minutos, e simplesmente olhei para ele e disse:
_ Nosso bebê vai chegar hoje!
Ele respondeu: _ Capaz, acho que irá chegar somente semana que vem , não foi o que o médico disse?
Nem respondi, almoçamos e as dores foram aumentando de intensidade, resolvi ligar para o médico.
Como não tinha telefone em casa , fomos eu e meu marido para o orelhão que ficava uns 10 metros da minha casa. O médico disse que poderia ser alarme falso , me pediu para ficar de repouso e falou que caso as dores continuassem e  que se o intervalo entre as dores fosse menor, era para ligar de novo.
13 horas e 30 minutos:
Meu marido voltou para o trabalho, e as dores começaram aumentar, saí novamente para o telefone, liguei para o meu marido falar com o médico.
15 horas:
Falei novamente no orelhão com meu marido e ele disse para eu me arrumar que iríamos para o hospital, disse que ele e meu pai já estavam chegando para me levar.
Aproveitei que estava no orelhão e liguei para minha mãe, avisando que seu neto iria nascer.
Quando entrei casa, as contrações já estavam de 8 em 8 minutos e fui tomar um banho.
16 horas:
O hospital ficava longe, nos perdemos no meio do caminho, minhas dores continuavam , mais fortes e mais frequentes, enfim chegamos ás 16 horas e 30 minutos.
Meu médico ainda não havia chegado , então outra doutora fez o toque e disse que eu só tinha um centímetro de dilatação e que para nascer de parto normal , o bebê precisava de nove centímetros.
Minhas dores já estavam com  intervalo, de 4 em 4 minutos.
17 horas e 30 minutos:
O médico chega, avisa que não vai tentar parto normal, já que eu estava com dores de 3 em 3 minutos e não havia dilatação suficiente para meu bebê nascer.
Então fui me preparar, para uma cesariana*.
18 horas e 52 minutos:
Nasce o meu bebê Adrian, com 51 centímetros e pesando 3,100 kilos , eles não colocaram meu Adrian perto de mim, logo levaram ele para tomar as primeiras vacinas e banho.
O médico terminou o procedimento ouvindo um cd do Capital Inicial.
Me colocaram em uma sala de repouso a espera de meu bebê, e me disseram que em 10 minutos eu estaria com ele.
Mas, estava movimentado aquele dia, e se passou 50 minutos até que me trouxeram o Adrian, com um pijaminha do hospital e uma touca de malha que nem cabia nele.
Logo que colocaram ele do meu lado, sua boquinha já estava pedindo mama.
Nos levaram para o quarto, onde o pai e a vovó coruja, já estavam a nossa espera.
Tiraram fotos e conversaram um pouco com a gente, todos muito emocionados com a chegada do anjo Adrian.
Quando ficamos a sós, olhei nos olhos de meu filho e senti um amor tão grande , tão esmagador, que achei que nunca mais seria capaz de sentir aquele amor novamente por ninguém.

SER MÃE É COMO TER UM CORAÇÃO BATENDO FORA DO PEITO!

*Cesariana, é um procedimento cirúrgico para trazer bebês ao mundo.